À boa Amiga e inspirada poetisa Rosa Maria Silva, "Azoriana" felicitando-a pela pelicitação deste seu interessante livro de recordações "Serreta na intimidade" (prosa e poesia), com muito apreço e admiração:
O livro “Serreta na intimidade”
Que li com carinho e muito prazer,
É obra querida de muita Saudade
Que a Rosa Maria gostou de escrever.
Da Ilha Terceira, poeta se fez
E o sonho do livro lhe veio à memória.
Honrando a família muito a satisfez
Com fotos bonitas tecendo-lhe história!
Fizemos há tempos uma desgarrada,
“Desgarrada Além-mar”, impressa, engraçada
Que muito nos honra em nossa Amizade!
E agora, também, a aprecio bastante
Em canto que vibra de amor radiante,
No livro “Serreta na Intimidade”!
Clarisse Barata Sanches
Amiga Rosa Maria
Como gosta, por vezes, de contar no seu blogue algo do que lhe acontece na vida, hoje sou eu a desabafar consigo, umas coisas que me surgiram.
Em primeiro lugar, são assuntos de família pouco agradáveis. Tenho um sobrinho e uma sobrinha que estão internados no Hospital em Coimbra. O Fernando não se sentiu bem de noite e abalou no carro e foi internar-se, sem querer incomodar ninguém. A Célia foi com uma dor nos intestinos e está fazendo exames para verem os médicos do que se trata. Que Deus os melhore depressa, que bem precisam.
Gostei de ler e agradeço as suas lindas quadras de agradecimento à 2ª Desgarrada à Portuguesa que lhe mandei e fiz mais o nosso amigo Jorge Vicente, Director do Jornal Fri-Luso e se encontra, como sabe, na Suíça.
O Poeta e nosso amigo Renã Leite Pontes, do Brasil, também gostou e diz que, lá, há igualmente muita injustiça nos mais desfavorecidos da sorte. Vai sair um livro, brevemente, que fez também sobre isso o qual insere um pequeno prefácio meu e alguns poemas.
Ele não tem andado bem de saúde, mas graças a Deus está agora a melhorar um pouco.
Também lhe quero contar o que me aconteceu na compra de dois tinteiros de tinta para a minha impressora. O de cor preta vinha completamente vazio. Logo lá fui e a senhora da Papelaria Radical mo trocou como era seu dever.
Depois precisei de um de cor e quando fui a imprimir, deixava-me os trabalhos descoloridos e manchados. A tinta vinha estragada. Fui imediatamente à referida Papelaria e a senhora disse-me: Não podemos trocar porque ninguém mais se queixou. Saí de lá mal conformada com a sua resposta.
Cheguei a casa e liguei para Coimbra para a Casa Jorinf, onde comprei o meu Computador e também vendem tinteiros. A menina Ana Maria que sabe destas coisas logo me disse: - volte lá que ela é obrigada a dar-lhe outro ou devolver-lhe o dinheiro. Não fui lá, mas liguei para a senhora a contar-lhe o que a menina me disse e ela então muito contrariada, volveu: - Mande-o cá, mas metido dentro da caixa, mas não volto a vender-lhe mais nenhum tinteiro. Lá vai a Judite com ele e até com a prova que vinha lacrado com uma patilha. Várias vezes foi lá a Judite e eu telefonava e ela dizia que ainda não tinha ordens da casa e que nem sabia se atendiam a reclamação. Mais de um mês à espera, até que tive de insistir e então devolveu-me os 33 Euros e tal, de muito má vontade, tornando a dizer, agora, à Judite, que não me vendia mais nenhum tinteiro de tinta… Nem sabe que a lei não admite que se diga e faça isso.
Neste espaço de tempo fui e mandei buscar papel fotográfico, e diziam sempre que não tinham. Também não fez diferença nenhuma. Lá vendiam-me 10 folhas por 5 Euros e eu esta semana comprei em Coimbra 40 folhas de papel de melhor qualidade por seis euros e noventa e oito cêntimos, pelo que não preciso de comprar lá mais nada.
Como a minha amiga Rosa sabe, e eu também sei porque fui comerciante muitos anos, tudo o que temos na loja para venda não pode ser sonegado a ninguém. É uma lei que vigora há muito tempo.
Sabe, ando a tratar de encaixilhar os poemas que acho melhores, nos quais incluo dois nossos, falando também da desgarrada que fizemos as duas, para fazer-se uma exposição e ficarem um dia no Museu de Góis, que todos esperamos seja composto o mais breve possível.
Era isto que eu lhe queria contar. Há gente que não tem nenhuma vocação nem simpatia para o comércio. Deviam mudar de actividade.
Desejo-lhe a melhor saúde e para toda a família e muita inspiração para versejar.
Um abraço
Clarisse Barata Sanches
Por Humberto Pinho da Silva
Certa ocasião a ilustre Princesa, a Senhora Dona Maria Elisabeth, caminhava pelas ruas do Rio de Janeiro, na companhia dos filhos.
Nessa recuada época D. Luís era menino e atentamente observava as crianças que saiam das gelatarias, saboreando apetitosos sorvetes. Respeitosamente abeira-se de mãe e com meiguice diz:
- Mamã! Mamã!: também quero um!
Dona Maria Elisabeth normalmente acedia ao pedido; porém, por razões desconhecidas, desta vez, negou, justificando-se:
- Hoje não! Devem compreender - falava com D. Luís e irmãos, - não sois como os outros meninos! Como vão ser homens honestos, capazes de passarem adversidades pela Pátria, se não podem privar-se de simples sorvete?! Como príncipes que são, devem estar preparados a dar o exemplo, se necessário, a bem do Brasil!
As palavras não são formais, mas sim, o sentido.
Quis a Princesa, e bem, aproveitar o momento para recordar que não deviam desejar tudo. É preciso haver regras; e título nobiliárquico, na maior parte das vezes, não é, como se julga, privilégio, mas deveres, que acompanham desde o berço.
O episódio parece desinteressante e até despropositado para vir a lume. Muitas mães - infelizmente nem todas, - assim falariam, mas é óptimo exemplo de educação.
Actualmente, os pais, quiçá para recompensarem a ausência de diálogo, dão aos filhos tudo que solicitam. Basta birrinha feia para os papás comprarem a bagatela desnecessária.
Defendem-se, afirmando que não querem traumatizar o menino; e menos ainda privá-lo daquilo que seus pais não podiam ou não queriam dar.
Esquecem-se que os grandes Homens, cujos nomes se escrevem a maiúsculas, não foram em geral, os que tiveram tudo, mas os que souberam e sabem escolher criteriosamente.
Se as mães seguissem o exemplo da Senhora Dona Elisabeth, lembrando aos filhos que não podem ter tudo que a vista alcança, o mundo seria, certamente, bem melhor e haveria mais respeito, dignidade e honradez; e sobretudo, mais Amor com os desafortunados.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
humbertopinhodasilva@sapo.pt
Blogue "PAZ" - http://sol.sapo.pt/blogs/PAZ/default.aspx
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23de ABRIL DIA MUNDIAL DO LIVRO
O LIVRO
Para a minha amiga Rosa Maria, dos Açores, que no dia 23 de Abril não se esqueceu de ir à Biblioteca de Angra do Heroísmo apresentar em livro a nossa Desgarrada de Além-Mar. Um caso inédito que ainda ninguém tinha feito pela Internet. Bem-haja pela sua atenção e bonito Comentário. Parabéns pelo seu "Heroísmo".
Em minha casa eu posso perscrutar
Este Universo e tudo em derredor;
Dobrar, até, o Cabo Bojador,
Ir pelo campo fora e ver o mar.
Feliz por possuir um preceptor
Que faz o meu espírito brilhar!
Bom Amigo que gosta de ensinar
E vai moldando a alma com amor.
Sentada a trabalhar à minha mesa
E a transmitir-me a sua luz acesa,
Com ele eu idealizo e sonho pistas...
Companheiro da minha solidão
O livro é todo um mundo de instrução,
A falar-me de coisas nunca vistas!
C.B.S. In (Hinos da Tarde)
Apesar do mundo estar recheado de Informática, há ainda quem não possa prescindir de ter um livro na mão.
Proteger e enriquecer o patrmónio cultural da humanidade é manter uma sinergia da qual o livro é essencialmente, um dos melhores artífices.
E as Flores do Continente
Amiga, parabéns, tem já presente
Uma pérola mais no seu colar…
Que os anos venham sempre de ar contente,
Com a família toda a festejar!
Rosas, eu sei que tem a acompanhar
Nesse nome tão lindo e florescente!
Rosa Silva Maria, eu vou mandar
Um raminho a florir, do Continente.
Porque nasceu no dia das mentiras?
Flores de Abril são sempre as mais catitas
Ao vir da Primavera adoçam liras…
Desejo para si colar de cores…
Saúde, Paz, Amor, flores bonitas,
E das mais afamadas dos Açores!
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Quadras de Clarisse Sanches e Rosa Silva
Publicado no jornal “Poetas e Trovadores” de Guimarães em Março de 2009
Clarisse Barata Sanches, residente em Góis (nas faldas da serra da Lousã), e Rosa Silva, a viver em Angra do Heroísmo (Açores), graças às tecnologias e à propensão poética de ambas, estabeleceram uma espécie de desgarrada ao desafio. Ora uma, ora outra, através da Internet, foram cantando, em quadras, as maravilhas das suas terras e suas gentes, de lá e de cá. A uma quadra de Clarisse corresponde a uma quadra de Rosa Silva. Distinguem-se pela cor de ambas as trovadoras: uma em verde e outra em lilás. Com uma capa que mostra paisagens rurais do Continente e das ilhas. O livro encerra 500 quadras.
Eis um trabalho muito original e proveitoso que serve para evidenciar os sortilégios das novas tecnologias e também as aptidões dos artistas da palavra. Projecto Co-Financiado por
ADIBER. Beira Serra Cultura Viva. Góis.
CIDADES A CANTAR
ClLARISSE SANCHES E ROSA SILVA
Para ler melhor clique na imagem
Esta é a contra-capa do nosso "célebre" livrinho DESGARRADA DE ALÉM MAR , livro que quem o lê não resiste em o ler mais vezes: Louvado seja Deus!
Assim fez, com certeza, apesar de ter o tempo todo tomado, a boa Amiga Maria Antónia Neves a morar em Lisboa e nos surpreendeu com um pequenino, mas interessante texto, que saiu publicado no jornal "A Comarca de Arganil" de 11 de Fevereiro. Muito e muito obrigada lhe ficamos pela sua gentileza que, com muito gosto, o transcrevemos aqui: Um abraço.
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Duas mulheres separadas pela imensidão líquida de um oceano, mas muito próximas afectivamente, numa empatia que transparece em cada palavra escrita ao correr dos sentimentos, resolveram publicar as suas quadras trocadas via Internet.
E que quantidade de quadras elas escreveram! São 500, cada uma delas mensageiras de opiniões, ideias, do amor às suas terras, Angra do Heroísmo e Góis, da sua amizade nascida na frieza da tecnologia mas transformada numa desgarrada carinhosa e entusiasta.
Foi essa “Desgarrada de Além-mar" que recebi por altura do Natal, que transportou consigo o gesto carinhoso e amigo de Clarisse Barata Sanches e dessa forma me apresentou a sua amiga Rosa Silva, sua companheira de aventuras informáticas.
Quem me dera a mim ter disponibilidade de tempo para participar nesses blogs partilhados de afecto, onde se dá espaço à criatividade, servindo de berço e amizades que se vão construindo enquanto o acto de escrever vai dando alimento ao espírito.
Que toda a alegria e calor humano que emana deste livrinho sirva de incentivo a outros voos literários conjuntos e leve estas duas amigas a voar sobre a liquidez do Atlântico para juntas conhecerem as respectivas terras, tão distantes no plano físico, mas tão próximas no laço de afecto que as une.
Maria Antónia Neves
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Das 500 quadras da Desgarrada de Além-Mar, aqui ficam 15, do 211 ao 225. Talvez, também por efeitos da crise. Uma prova de riqueza que se não cria por falta de tempo... As da Clarisse são de cor verde e as da amiga Rosa são em lilás:
Nº 211
Saber-me-á informar:
Um funcionário activo,
Quantos dias vai lidar,
Num ano, sendo efectivo?
Responder-lhe nesta hora
Não vai ser conta perfeita.
Se for pra contar agora,
Inda vou ficar desfeita...
Vá contando e a apontar,
Pois sendo assim, não se engana;
Primeiro lhe vai tirar
Todos os fins de semana.
Duzentos sessenta e um
Já estou eu a a apontar.
Dia de festa é comum
Mais alguns dias tirar.
Vou tirar-lhe vinte e dois
Que são as férias de v´rão,
Ver-se-á, então,depois,
Dois,três nove ficarão.
Se tirarmos os f'riados
As pontes vem a desejo;
Virão mais doze quebrados
E eu na festa me vejo.
Com hora e meia de almoço,
Dá pra aí catorze dias!
E pra dizer um Pai-Nosso
E aqueles largos bons dias?!
Há que se dar intervalos
Para a pausa do trabalho;
M as nem sempre são regalos
E na conta já eu falho.
Pra ir ao Bar meia hora,
Penso que deve chegar;
A Rosa é que sabe, agora,
Quanto costuma gastar.
Cinco dias mais, assim?
Já são duzentos e oito.
Eu no Bar, pobre de mim,
Apenas como um biscoito.
No regime português,
Oito horas, finda a festa.
Vamos dividir por três
Para saber o que resta.
Setenta dá a fracção
E tudo se sente farto...
Sendo assim não dã, então,
Para a licença de parto?
Pois não dá. São quatro meses
À volta do bebezinho.
Poderão surgir reveses,
Há que dar-lhe mui carinho..
E restam setenta dias
Pelas contas da Clarisse...
Trabalhar traz alegrias,
Mas também nos dá chatice.
nº 225
Trabalho não é chatice
E é também muito preciso.
Se nada nos distraísse,
Melhor era o Paraíso.
Clarisse Sanches e Rosa Silva
Por Dr.ª Maria Leonarda Tavares - publicado no jornal “A Comarca de Arganil” de 14 de Janeiro de 2009.
Clarisse Barata Sanches e a açoriana Rosa Silva apresentaram recentemente o livro Desgarrada de Além-Mar.
Para além do valor poético, é um trabalho que prima pela singularidade. Aproveitaram as novas tecnologias para fazerem uma desgarrada composta por quinhentas quadras.
Esta nova forma de versejar acontece entre Góis e Angra do Heroísmo. Duas mulheres encontram-se na Internet e quadra para lá e quadra para cá, contam as suas vidas e a das suas terras, a cantar, num despique muito inspirado.
As parcerias são saudáveis e purificam as nossas tendências egocêntricas. Dar as mãos é sempre um gesto nobre. Caminhar de mãos dadas sobre a água, só com a leveza dos sonhos.
Porém, o rio Ceira mergulhado na grandeza do mar, já tocou Angra do Heroísmo e todos os pedaços de terra que, por esse mundo, emergem dos oceanos.
Imagino o que ambas se divertiram com esta desgarrada. A alegria que preencheu as suas vidas e o que permanecerá no coração de cada uma.
Além do mais, a união entre as pessoas é a desejável sensação de harmonia, a gota balsâmica que suaviza as angústias, reais ou inventadas, que nos asfixiam.
Encontraram também o antídoto da solidão. As palavras partilhadas foram boas companheiras, foram aguardadas com a ansiedade saudável das surpresas boas e foram recebidas com a hospitalidade de duas excelentes anfitriãs.
Rosa Silva deu-nos um pedaço de si própria e aproximou-nos dos Açores.
Clarisse Barata Sanches deixou-se embalar nas águas do rio Ceira e levou consigo tudo o que guarda na memória do coração. Voa por aqui e por ali, mas regressa sempre às suas raízes.
Este livro lê-se de um fôlego. Há nele uma faceta lúdica se recrearmos o vaivém das quadras e as distâncias que percorreram.
Não sei se tiveram de enfrentar alguma tempestade, porém encontraram todas um porto seguro. Abrigaram-se nas folhas de um livro.
Foi uma ideia bem portuguesa, bem conseguida e imaginativa.
A Beira-Serra e os Açores fizeram um intercâmbio de tradições, de belezas paisagísticas e de pequenos momentos do dia a dia.
As duas autoras aconchegaram-se neste espaço imenso entre o continente e os Açores.
Permaneceram, tenho a certeza, os afectos e a memória de todas as vivências.
Qual será a próxima desgarrada? Que novo desafio estão dispostas a enfrentar? Surpreendam-se e surpreendam-nos.
Notas:
Muito obrigada Senhora Dr.ª Maria Leonarda Tavares, em meu nome e da minha amiga Rosa Silva, pelas tão amáveis palavras de V.Exª, que nós os duas guardaremos no nosso coração agradecido.
Sim, foi um gozo para ambas consumarmos este desafio que de cem em cem chegámos às quinhentas. Mais faríamos se a crise de impressão não impedisse o desafio das mil quadras que ainda pensámos em as compor. Contudo, é um livrinho engraçado, que fica para sempre na nossa recordação e na memória das nossas terras.
C.B.S.
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Já agora, aproveito para transcrever também um cartãozinho do meu Exmº Amigo e muito conhecido Senhor Dr. Barroso da Fonte digno director do jornal POETAS & TROVADORES, de Guimarães:
Olá Clarisse Sanches! Venho agradecer o seu interessante livro de quadras em parceria com outra talentosa poetisa. Tiveram boa ideia e fizeram um livro original. Parabéns! Faremos referência na próxima ediçãp. Obrigado.
Quem tem a agradecer somos nós, Senhor Dr., por gostar do nosso livrinho “Desgarrada de Além-Mar”, prendinha modesta que nos deu muito gosto presentear os amigos das letras.
Clarisse Barata Sanches
GÓIS E ANGRA DO HEROÍSMO
TENHA CONHECIMENTO DOS COSTUMES, FESTAS E TRADIÇÕES
DESTAS DUAS TERRAS PORTUGUESAS
De o Jornal: "O VARZEENSE" de 15/11/2008
Boa ideia surgiu lá para os lados dos Açores, mais propriamente em Angra do Heroísmo e Góis, quando Clarisse Barata Sanches e Rosa Silva iniciaram um diálogo através da Internet, que a propósito das suas poesias resultou numa iniciativa inédita denominada “Desgarrada de Além-mar”.
Clarisse Barata Sanches apreciando a poesia de Rosa Silva de transbordante inspiração lembraram-se, então, às duas, de fazerem uma desgarrada para memória e assim lançaram um livrinho interessante que abraça o Continente e os Açores, atravessando o mar sob a magia da Poesia, transformada numa desgarrada entre as duas amigas que se conheceram pelo mais moderno meio de comunicação - Internet.
O livro ilustrado com imagens do concelho de Góis e da cidade de Angra do Heroísmo, recorda, em estilo de quadras populares, memórias do Continente e dos Açores, cantadas como uma desgarrada em forma de dueto.
Adoptar esta iniciativa por cá também não seria má ideia. A julgar pelos níveis de iliteracia dos portugueses, pequenas actividades como esta fariam bem ao nosso povo que poderia aproveitar as suas conversas para elaborar poemas em conjunto, dando asas è imaginação e ajudando-se uns aos outros, partilhando ideias e aumentando a cultura do povo português.
(Quinzenário Católico Regionalista de Vila Nova do Ceira)
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DESGARRADA de ALÉM-MAR
Por Isaura Martins de S. João da Boa Vista - Tábua
Clarisse Sanches tem nova faceta:
Fez uma Desgarrada de valores!
E com a Rosa Silva, essa poeta
Conhecida “Azoriana” nos Açores!
Serviu a Internet pra fazer
Um trabalho inédito e emissário…
Quinhentas quadras são, e quem as ver
Achará o livrinho extraordinário!
Seu nome: Desgarrada de Além-Mar,
É de Angra do Heroísmo e Góis também
Com usos, tradições da nossa Beira!
Desgarrada com História há-de ficar.
Em terra que ela abraça mar-além,
Desejosa de ver o Rio Ceira!
POR MARIA ALBERTINA (MARIAL) Distinta Poetisa e Amiga de Podentes (PENELA) Portugal
Parabéns, pela obra bela:
"Desgarrada de Além-Mar!"
De valor, mesmo singela,
E que me quis ofertar!
Sim, é obra valiosa,
E séria, sem pieguice...
E escrita a verde e rosa,
Pela Rosa, e a Clarisse!
Nas quadras ao desafio
Clarisse e Rosa de Açores
Mostram seu saber e brio
Que bem merecem louvores!
E não só o seu saber
Cada qual deixa marcado,
Mas um pouco do seu ser
De si mesma é revelado!
Quadras em tão brincalhão,
Mas que não são simples lérias...
Todas, num pensar bem são,
Nos falam de coisas sérias"
Coisas boas e menos boas,
(O que vai acontecendo...)
A lembrar-nos as pessoas,
Sem culpa. a viver sofrendo...
Falam de divertimento,
De festas e romaria.
Pra afastar o sofrimento
E viver com alegria!
E vão tecendo louvores
Ao lindo torrão Natal!
Seja Góis ou seja Açores,
Tudo isto é Portugal!
Lembram passado e presente,
E já falam da "viagem"
Que dá p'ra pensar à gente,
Ir aprontando a "bagagem"...
Tudo eu elogio, pois,
Neste saber e bairrismo
Da Poetisa de Góis
E de Angra do Heroismo!
Muito quero agradecer,
Repetindo o que já disse:
Louvo as duas p´lo saber
Boa Amiga Clarisse!...
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Amiga Clarisse
Creio que nas quadras já disse tudo o que queria a agradecer o belo livro escrito por duas grandes Poetisas, livro que muito gostei de ler e reler, e só tenho a acrescentar, votos de boa saúde para poder continuar a escrever coisas bonitas e de valor, assim como para a Judite Raquel, sua afilhada e companhia. Também para as duas: Clarisse e Rosa vai um abraço de Amizade. Da Maria Albertina.
Obrigada minha Amiga / por esta sua atenção / Aqui vão nesta cantiga / Abraços do coração. C.B.S.
Um bom declamador que valoriza
Um poema que, às vezes, se improvisa
Simples, mas com ternura e Amizade.
Ao ouvir declamar Góis, “minha balada”,
Numa voz, para mim, desconhecida
Pela emoção fiquei surpreendidá
E, até, confesso… de alma deslumbrada.
Falando do Castelo, o Cerejal,
Depois veio a Senhora da Candosa,
Que, da Capela, se deixou roubar…
Grata estou pelo gesto fraternal
E dos Açores louvou também a Rosa,
Ouvindo a Desgarrada de Além-Mar!
Clarisse Barata Sanches
Olá, meus Amigos!
Hoje trago notícias frescas.
Aquele retrato último que veio, não era o meu e eu protestei porque sou muito mais bonito. As meninas do Varzeense não deviam pôr-me com aqueles bigodes. Até o Senhor Jornalista Lopes Machado perguntou por mim, em Lisboa, e achou-me mudado…
É uma vergonha dizer, mas continuo a deitar tudo a baixo e as minhas donas dizem que não me podem aturar assim. Mas eu não posso estar parado, até penso que estou a fazer algum trabalho a bem deste País, que daqui a pouco não tem por onde se lhe pegue. Eu também sofro com a crise, não posso comer tanta comida de lata como eu gostaria. Eu sei porque é. O mundo andava ao Deus dará e ninguém fazia contas nem balanços e balancetes. Era como andasse sem rei nem roque… Casa, automóvel, depois já todos gostam de serem doutores, quem não era até dizia que era… as leiras ao abandono, as moças presunçosas de telemóvel na mão, da última geração, com os piercing*s, lustrosos nos lábios e por todo corpo, tatuagens no umbigo para o mostrarem, etc. Na televisão até choram se não ganham o concurso de dança “seminua”, as mesadas, a moda de sair à noite, e fumar o seu cigarrito. Alguns programas surgem no palco com pessoas que violam a moral constantemente, como seja um humor indecente e impróprio para crianças e até jovens. Uma autêntica vergonha, para famílias civilizadas.
As apresentadoras na TV todas vaidosas. Será para isto que temos de pagar de audiovisual 3,42 Euros que vem na conta da luz? Para a outra vez vos conto como se surripia dinheiro aos telespectadores.
A minha dona já reclamou e perguntou para que eram esses milhões que tiram por ano aos consumidores. Responderam que era para o Estado, mas em que estado o puseram! E para onde foi o dinheiro da bolsa rota? Os gestores, e muitos políticos aposentados, com famosos cargos e encargos para todos nós. Certamente que compraram moradias de luxo, barcos de recreio com ele e os pequenos investidores que apostaram no desenvolvimento da Nação, ficaram a ver navios… Não vêm o que aconteceu ao Banco Português de Negócios? O dinheiro fugiu e ninguém sabe ainda em que bolsa caiu…
No dia 25 de outubro a minha poeta e a Judite foram a Lisboa. Como sou endiabrado deixaram-me a cuidado da vizinha Sandra, que de hora a hora vinha ver o que eu já tinha tombado. Mas, por acaso, portei-me bem, pois estava triste por não me terem levado com elas.
Contaram que foram almoçar ao Colombo que só conheço de nome. Aquilo é um colosso enorme e viram-se atrapalhadas para conseguirem uma mesa. Ali num sábado dia de trabalho caseiro, não se percebia crise nenhuma. A fome era combatida com comestíveis vindo do estrangeiro, onde ainda fazem por eles. As serviçais eram quase todas brasileiras. A Judite e a madrinha comeram arroz de pato. A Eng.ª Eunice, bacalhau não sei com quê e a mana Rosa Maria (simpática Jornalista) já nem me lembro.
Nesse dia havia desvio de trânsito em Lisboa e a Senhora Engenheira viu-se atrapalhada para achar a Casa do C. de Góis, que estava a iniciar a sessão, com as individualidades presentes, sobre a efeméride dos 80 anos do Regionalismo Goiense e festa da freguesia de Vila Nova do Ceira. Por motivo de força maior não pôde estar presente a Senhora Dr.ª Lurdes Castanheira, para apresentar o Livro “Rosários de Amor” e até a “Desgarrada de Além-Mar", mas mandando um fax muito interessante que foi lido pela Sr.ª Eng.ª Eunice S. Cabeças. Ah, quero contar uma peripécia gira!
Quando chegaram, a D. Bertilde sempre a correr… veio indicar à minha dona Clarisse, onde devia sentar-se na frente no meio de dois senhores. Um deles levantou-se para a cumprimentar, mas ela não o conheceu bem. Como do outro lado estava um senhor, certamente de categoria, ela disse: eu não conheço o senhor, mas dou-lhe também um beijo… No momento dos Autógrafos ele veio à sua beira para lhe comprar um livro. Ela perguntou-lhe o nome e ele disse: sou o Presidente da Casa da Comarca de Arganil. Quem sabe se foi pela gentileza da minha dona que ele veio adquirir o livro? Sempre é bom sermos amáveis e gentis para com o nosso semelhante…
A minha dona fez o seu discurso de agradecimento À Casa do Concelho de Góis, bem representada pelo seu Presidente José Dias Santos e ADIBER, leu uns versinhos à Várzea, sua linda terra Natal onde nasceu e penso que não fizeram má figura. Havia pouco tempo, pois seguiam-se actuações de vários grupos para a festa programada.
A minha dona Clarisse ficou admirada por o Snr. José do Café, seu colega nas letras, ser um artista autêntico, pois canta e toca que é uma maravilha, dando grande entusiasmo ao grupo de cantares, pelo que lhe manda os seus parabéns. Em tempos idos também houve na Várzea um grande cantador de nome Juvelino, que morreu no Brasil e era irmão da mãe da minha dona Clarisse.
A D. Bertilde andava lá em Lisboa, como uma borboleta para que nada faltasse e tudo decorresse da melhor forma possível.
Em virtude do lanche ainda demorar, ela fez questão de levá-las à copa para provarem uns sonhos deliciosos que ela lá tinha. Não foram capazes de me trazerem um torresmo dos que havia lá também.
Como já quase todos sabem a “Poetisa de Góis…” como lhe chama o distinto escritor Humberto Pinho Silva, levou outro livro que foi feito à pressa em Viseu, ao menos para o mostrar… É muito giro e chama-se “Desgarrada de Além-Mar". Ela mais a Rosa Silva a “Azoriana” dos Açores fizeram aquilo, pela Internet, em três tempos. Tem 500 quadras, não é brincadeira nenhuma. Quem tem Internet pode apreciá-la lá e quem não tem poderá lê-la através das suas autoras. Quem o não faz, mal sabe o que perde. Um facto inédito como nunca se fez no mundo de hoje. A capa e contracapa são espectaculares e o que vem lá dentro é uma delícia…
Eu, como Marquês, fiquei parvo com a habilidade delas num desafio muito engraçado e até de tradições interessantes. Angra do Heroísmo e Góis estão de parabéns!
É verdade que aqui nas nossas terras preferem as revistas cor-de-rosa que põem a nu a vida dos artistas de televisão e teatro, com quem casam, divorciam ou se juntam. Ou vão atrás da propagando dos livros da Rebelo Pinto etc.
Mas estas poetisas sabem fazer humor de forma positiva. Leiam a Desgarrada de Além-Mar, que foi uma pequena Edição e podem não chegar para todos e que, apesar de pequenina, vale mais que uma noite de karaoke… Olhem que até o Senhor Padre Dinis de Coja achou um trabalho muito interessante.
Hoje, não posso contar mais nada. porque a Catarina do Varzeense, que também lá estava em Lisboa e já leu a Desgarrada, a rir-se, não pode dar mais espaço do que este…
Obrigada menina Catarina Se precisar de alguma cunha para alguma Entidade Governamental, eu, como Marquês, talvez possa ajudá-la. Se fosse política arranjava-lhe um ou dois empregos e a ganhar milhões… Hoje quem não tem padrinho morre moiro…
Saudades para todos do
Marquês II
MOTES DE ALEIXO
E
GLOSAS DE CLARISSE
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o selo no seu blog)
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