Dr. VICTOR MANUEL MOURISCA CLARO
Doutor “Nini” foi um Goiense Amigo,
E bem cedo ficou sem seu Amor
Que não pode levá-lo, não, consigo,
Mas deu-lhe duas rosas, de esplendor!...
Amava a sua terra com fervor,
Gatinhos que não tinham um abrigo;
Das “Cartas do Marquês” sempre leitor,
E a Judite a “Marquesa, nobre antigo.”
Doutor “Nini”, permita o Senhor Deus
Que a Esposa visse, já, nos Altos Céus,
Para lhe dar notícias desta Vida…
“Nini” deixou em Góis muitas Saudades,
Mas estas são, de Deus, formalidades
A passarem por todos de fugida!...
Clarisse Barata Sanches
Se eu fosse Deputado, quem me dera
Com um governo tão desafinado…
Em que há tanto Credor à sua espera…
Mas sempre se enche o bolso ao Deputado!
Alguns só batem palmas, se eu estivera,
Dormia ali um sono descansado…
E a recordar o fado da Severa
Com um dos meus “compadres” lá ao lado.
A crise até os deixa ter preguiças…
Os subsídios dobram quais chouriças.
Ai crise, abençoada, grande Amor!
Se alguns choram com fome, tenho pena
De ver em Portugal a triste cena:
“Democracia” chocha sem valor…
C. B. S.
Dantes na minha casa era assim:
Havia muitos porcos e leitões,
Tratava-se a fazenda qual jardim…
Eis uma dessas tais recordações…
Tínhamos a “criada” de lavoura
Que ajudava a tratar da bicharada…
Uma vida, em geral, mais vivedoura
E a loja do comércio trabalhada.
Hoje não há emprego pra ninguém…
Porque as terras ficaram ao desdém
E as aldeias sem vida, sem fulgores…
Os comestíveis vêm do estrangeiro
E o País emprenhado, sem dinheiro,
Porque muitos preferem ser Doutores!...
Clarisse Barata Sanches
Se eu tivesse um estro de força e valor,
Eu escreveria um poema fluente,
A Deus que me desse uma lira de Amor
Por meu Portugal que se sente doente!
Queria anima-lo e tira-lo da dor
Fazer-lhe um poema de luz florescente,
Que os Anjos cantassem, no Céu com fervor,
Sobre tantos seres de vida pungente!...
Se os Anjos viessem à Terra, eu diria
Cantem, sim, comigo, santa Avé Maria,
Que o meu Portugal pode estar na falência…
Os homens não sabem conduzi-lo bem
E os pobres, coitados, não têm ninguém,
Apenas anseiam, de Deus, Assistência!
Clarisse Barata Sanches
OS ANIMAIS SÃO MELHORES DO
QUE AS PESSOAS
-Que tens, meu Amigo? Estás arrependido
De pores as farpas em cima de mim?
Pois eu te perdoo-o e aguento o dorido,
Não quero que chores, tu não és ruim…
A torpe é quem manda tu seres assim
Sentados ali e fazendo alarido
Para me ferires bastante e afim
De ficar exausto e, até, desvalido.
As farpas que tenho me doem no lombo.
Pois sinto-as cá dentro como eu desse um tombo,
Mas custa-me ver-te e aí sem vigor!...
A malta gostou de te ver a farpar,
Mas eu quero olhar-te, contente a brilhar,
Por esta lição que nos deste de Amor?
Clarisse Barata Sanches - Góis - Portugal
O NOSSO ADEUS
Ao Senhor Padre DINIS
O Padre Dinis já seguiu o caminho
Que Deus deixou dito no Livro da Vida;
Está no SENHOR com Amor e carinho,
Mas fez-nos Saudades a triste partida!
Um Homem ilustre de bem, direitinho,
Modesto, notável, de peso e medida…
Lutou pela gente sem casa e sem ninho
Para um fim mais justo e fez-lhe a guarida!...
Agora, e depois dessa obra já feita
E sentindo a alma já mais satisfeita,
Por ter sido útil e preciso Cristão,
Chamou-o Jesus para obrar lá nos Céus,
Ali trabalhando e ao lado de Deus,
Na obra Divina do seu coração!
Clarisse Barata Sanches
21/12/2013
PERDEU-SE UM AMIGO
“Tonito” da Havanesa foi-se embora
Em 15 de Dezembro, triste dia
Em que triste fiquei naquela hora,
Sabendo o que a Judite me dizia.
Era Domingo e nada como outrora
Para as formalidades não havia
Médico que passasse, sem demora,
A tão precisa ali a carta-guia.
Morreu um Homem bom e respeitável
Que fica nesta vila memorável
E na saudade dos Amigos seus.
O “Tonito inda cá parecia bem
Mas o Céu lhe abriu portas no Além,
Que o tenha à sua guarda, agora, Deus!
Clarisse Barata Sanches
POR AMIZADE OU INTERESSE ?
Humberto Pinho da Silva
Lamentava-se senhora alentejana que o sobrinho, que tão amigo era dela, em criança, logo que entrou na universidade, deixou de lhe escrever e visitar.
Consolando-a, amiga confidente, dizia-lhe que isso seria motivo de alegria: pois era sinal que nada lhe faltava.
Esse lamento, lembrou-me a velha historieta do jovem que estudava em Coimbra, e não respondia às cartas do pai, lavrador abastado, que mourejava a terra desde a puberdade. Contando, muito contristado, o ingrato comportamento do filho, no boteco da aldeia, entre amigos mais íntimos, um, prontamente o aconselhou:
- “A culpa é de Vossa Senhoria. Escreva-lhe, dizendo, que junto com a carta, segue nota de cem euros, mas não a meta. Verá que pela volta do correio receberá carta afetuosa”.
Assim aconteceu. Dentro de dias entregaram-lhe missiva reclamando a nota. Não sei se será egoísmo ou desprezo, a atitude de muitos, de só se abeirarem de familiares e amigos de infância, quando se lembram que estes lhes podem ser úteis, para realizarem o tal jeitinho, que facilita a entrada no emprego ou passagem no exame.
Digo não sei, porque a amizade devia ser cultivada, mormente por aqueles que receberam carinho desinteressado, na infância. Disse um dia que o sentimento que mais fere é o da ingratidão, e julgo que disse bem, porque não há maior afronta, apartar-se de alguém, porque já não se precisa dele.
Há parentes que moram a poucos passos uns dos outros e só se veem nos atos solenes: batizados, casamentos e funerais, ou quando se recordam que lhes podem ser úteis. Há amigos que raramente se carteiam, mesmo em dias festivos, e nem pela Internet se dão ao incómodo de agradecer a gentileza de lhe terem enviado foto ou bilhetinho a transbordar de ternura.
Declaram que têm vida muito ocupada - os afazeres nem lhes permite conviverem com os filhos. Mas não recusam jantares com “ importantes”, nem deixam de viajar em fins-de-semana,.. Há tempo para tudo, mas não há para conviverem, quando o parente ou amigo, é pobre ou não lhes pode ser útil.
Para eles, a amizade, é meio de adquirirem influência.
Meu pai tinha um amigo, que visitava frequentemente. Um dia ficou internado em Casa de Saúde, a poucos metros da residência do companheiro. Pois, este, não conseguiu encontrar tempo para o visitar.
Certamente dizia lá para consigo: Para quê? Está gravemente doente, à porta da morte. Já não serve para nada, nem para mencionar o meu nome na coluna do jornal. - meu pai era jornalista.
Como os homens são ingratos, bem diferentes dos cachorros, que amam aqueles que com eles convivem, mesmo quando caiem em desgraça ou se afastam por longo tempo.
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Muitos parabéns, amigo Humberto Pinho por ter escrito e bem, este texto que muita gente poderá enfiar na cabeça. Por aqui, infelizmente há muito disso. Estando servidos, já pouco ligam a quem lhe fez benfeitorias e nem juros pagam. Quando precisam oferecem este mundo e outro, mas depois de servidos viram o rabo…, já não ligam meia. Infelizmente também estou na onda… Conheço bem o que isso é.
Clarisse Barata Sanches
UM HOMEM DE BEM
O Nelson Mandela foi tudo na vida
Agora ele vive já no Reino de Deus;
Esteve detido, distante dos seus,
Só por fazer bem no Amor e na lida.
Perdoou aos malvados pela descaída,
Estudou os afetos, na Bíblia, Mateus,
E aos noventa e cinco se nos disse Adeus
Mandela é da História que nunca se olvida!
O Mundo rendeu-lhe a mais justa homenagem,
Um Homem de Fé e de muita coragem,
Que o seu belo exemplo nos fique na mente!
Se a Terra colher este lindo preceito,
Gravando-o na alma de cada sujeito,
O Mundo será muito mais florescente!
Clarisse Barata Sanches - Góis - Portugal
PARA TODOS UM BOM NATAL
Natal é o tempo de darmos as mãos
Afagos, carinhos aos pais e avós!
Natal é o tempo de ouvirmos a voz
De Cristo e dizer-lhe que somos irmãos!
Que somos Amigos! Que somos Cristãos!
E filhos de Deus que repara por nós,
Natal é o tempo de não ‘starmos sós,
Unindo-nos todos, doentes e sãos.
Natal é o tempo de Paz e de Amor,
De vermos Jesus nas crianças também,
E até nos velhinhos, gemendo de dor!
Natal, sendo o tempo de mais harmonias,
Se olvida, talvez, que nascendo em Belém,
Jesus fez Natal para todos os dias!
Clarisse Barata Sanches
MOTES DE ALEIXO
E
GLOSAS DE CLARISSE
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