Terça-feira, 27 de Janeiro de 2009

O DIA ALVORECEU

 

                                              CERCADO NUM LINDO VEU

                                                                                 

 

                                              

                                                                      A NEVE

 

Foi numa manhá fresca de Janeiro,

O dia alvoreceu

Cercado num lindo véu,

Resplandecente e branquinho!

Radiante de pureza,

Estava noiva a Natureza,

Cantavam Anjos baixinho!...

Entretanto, quando o sol a quis fitar

E a afagou num terno beijo,

Comovida,

Ela sentiu desejo de chorar.

Dos arvoredos da serra,

Caem lágrimas na Terra!

E o artista, que viu essa obra bela,

Contemplando a sua tela

Entristeceu-se também!...

Alma simples não sabia

Que as obras do maior Mestre,

Nãa as retrata ninguém!

 

C.B.S. In "Cantei ao Céu e à Terra"  

......................................................................

 

DE QUANTAS GRAÇAS TINHA A NATUREZA

 

 

De quantas graças tinha a Natureza
Fez um belo e riquíssimo tesouro,
E com rubis e rosas, neve e ouro,
Formou sublime e angélica beleza
.

Pôs na boca os rubis, e na pureza
Do belo rosto as rosas, por quem mouro;
No cabelo o valor do metal ouro;
No peito a neve em que a alma tenho
acesa.


Mas nos olhos mostrou quanto podia,

E fez deles um sol, onde se apura

A  luz mais clara que a do claro dia.

 

Enfim, Senhora, em vossa compostura

Ela a apurar chegou quanto sabia

De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.

 

 

LUÍS DE CAMÕES 


publicado por canticosdabeira às 11:49
link do post | comentar | favorito
1 comentário:
De Joanina a 27 de Janeiro de 2009 às 18:26
Cara D. Clarisse,
Espero que se encontre bem. Já regressei da minha viagem ao Açores, e ainda que com algum atraso, aproveito esta oportunidade para lhe desejar um Ano 2009 muito feliz.
Estive com a nossa amiga Azoriana que gentilmente me ofereceu um exemplar da vossa Desgarrada, o qual já li e muito gostei. Estão ambas de Parabéns!
Bj da Jo


Comentar post

Sobre a autora

Novidades

MOTES DE ALEIXO
E
GLOSAS DE CLARISSE

Selo do Blog


Clarisse Barata Sanches

(Usa Ctrl+C p/copiar
e Ctrl+V p/colar
o selo no seu blog)

Prosa e poesia (por título)

Homenagem póstuma - Datas...

Tributo a Góis e seus Poe...

CONSOLAÇÃO

Carta do Marquês. Nov2014

LÁGRIMAS OCULTAS

PASSANTES DA TERRA

TODA ESTA NOITE UM ROUXIN...

SAUDADES E LEMBRANÇAS

QUARENTA ANOS DE DEMOCRAC...

SAUDADES TENHO, SIM, DO N...

Prosa e Poesia (por mês)

links

favoritos

A PÁTRIA PORTUGUESA

Outras visitas


Prosa e Poesia (Meus Livros)



Clarisse Barata Sanches
Mais de 12 livros publicados:

Primeiro livro
Cantei ao Céu e à Terra
1983
(Poesias)

Segundo livro
Gracita Flor da Saudade
1985
(Poesias e Memórias)

Terceiro livro
Luz no Presépio
1985
(Poesias)

Quarto livro
Quadras do Meu Outono
1989
(Poesias)

Quinto livro
Hinos da Tarde
1994
(Poesias)

Sexto livro
Arca de Lembranças
1997
(Memórias)

Sétimo livro
Cartas para o Céu
1998
(Poesias)

Oitavo livro
Góis e Seus Poetas
1999
(Poesias - Antologia)

Nono livro
Góis e Seus Poetas
2000
(Poesias - Antologia)

Décimo livro
Murmúrios do Ceira
2002
(Contos e Narrativas)

Décimo primeiro livro
Sonhos da Alma
2004
(Sonetos)

Décimo segundo livro
Rosários de Amor
2008
(Poesias)

Motes de Aleixo e Glosas de Clarisse

Prosa e Poesia (Pesquisa)

 

De Clarisse Barata Sanches

Rosários de Amor

Dedicatória:
Aos “Rosários de Amor”


Boa amiga Clarisse,
Converti-me aos seus Amores.
São lindos os versos-flores!
Chorei... Queria eu que visse...

Não sei que “frio” me toma,
Ao ler tamanha beleza...
Não é frio, com certeza,
É o amor que me assoma.

Beijadas por andorinhas,
Se fazem as suas linhas,
Com glória, honra em flor.

Solta-se o “Grito de Paz”,
E ninguém mais o desfaz
Nos ”Rosários de Amor”.

Rosa Silva (“Azoriana”)
Angra do Heroísmo
2008/04/07

SAPO Blogs
RSS