A poesia é o reflexo do Céu a tocar nas coisas belas da Terra. Tenho esta frase escrita no meu livro “Murmúrios do Ceira”, motivo porque, em meu entender, não se deve fazer dela coisa banal e ordinária. Vem isto a propósito de umas larachas que vi há dias num Diário Nortenho, e que titulavam por poemas. Uma autêntica vergonha de palavras insensatas, que nunca tinha lido, ao vivo, em parte alguma, a não ser algo parecido com o que li uma vez, da “poeta” Teresa Horta. Não vou citar o nome, pouco conhecido, do "fazedor dos versos”, nem do cronista que os referiu, pensando, talvez que estava a prestar um bom serviço à cultura da Pátria Portuguesa.
Como se sabe, a poesia pura e flutuante nasce na alma; mas hoje escreve-se muito, e pouco se estuda. É literatura esforçada; publicam-se livros de versos, que, depois, se arrumam num canto.
É sabido que, para bom cumprimento na vida de uma pessoa, todos deveriam ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Muitos estão a optar por esta última versão, pelo que vamos ficar com muito poucas árvores e poucos filhos para continuação das espécies. O arvoredo vai – se queimando e quem tem hoje trinta anos não se lembra que poderá chegar aos setenta ou oitenta e mais, sem terem quem lhes dê servidão ou simplesmente faça companhia. Ninguém pensa em fazer sacrifícios, o que importa é gozar a vida, enquanto dura, vida doçura… Os filhos serão, às vezes, um empecilho e despesa, mas a velhice é mais assustadora, podem crer. A riqueza também não é tudo, poderá faltar-lhes amor e carinho familiar.
Ainda quero voltar ao que aludi no princípio. Os jornalistas, prosadores e poetas que se prezam, deveriam, sim, dar a conhecer ao mundo mais exemplos que possam instruir, educar e moralizar a humanidade. Escrever, sim. Mas poemas de Amor, Ternura, Justiça e Fé. É isto que venho tentando fazer, mas nem sempre me ocorrem frases com o brilho que gostaria de lhes aplicar.
Viva a Poesia e vivam os prosadores e poetas que escrevem com o coração e deixam uma mensagem divina, educativa e aliciante para todos nós que precisamos de um mundo melhor.
Após disposto o mundo, o infinito,
Logo o Senhor pensou na Poesia;
E foi Ele o primeiro, em harmonia,
Que escreveu o poema mais bonito!
Pôs-lhe o nome de “Amor – Amor bendito –”
Fez-lhe um hino de encanto, a melodia
Que ainda canta hoje a cotovia…
E aos Anjos ensinou-lhes som e rito!
Houve festa no Céu, cânticos ternos!
Inspirados, suaves e fraternos
Na voz dos Anjos, santos e profetas!
E foi desde essa hora, sublimada,
Que Deus deixou a lira consagrada
No coração e alma dos Poetas!
C.B.S.
MOTES DE ALEIXO
E
GLOSAS DE CLARISSE
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